Comparado com ano passado, 2022 foi um ano em que tive uma relação de amor e ódio com os vídeo jogos. Não joguei o quanto gostaria e nem todos os títulos que tenho curiosidade, como Live a Live, Marvel’s: Midnight Suns e Crises Core: Final Fantasy VII Reunion. Mas mesmo assim quero dedicar esse texto para fazer algumas considerações do que eu joguei durante o ano e também a recomendar o que teve de bom.
Essa lista é um TOP 8(?) de jogos que EU joguei esse ano, não necessariamente que foram lançados em 2022.
8º Lugar — Ghostwire: Tokyo (2022)
A Tango Gameworks, estúdio que faz parte da Bethesda, que é uma subsidiária da Zenimax que foi comprada pela Microsoft, lançou o seu exclusivo temporário para o Playstation 5 da Sony.
Ghostwire: Tokyo é o típico jogo que uma sequência seria muito bem-vinda, ainda mais se o estúdio aprendesse com os acertos e erros cometidos nele. O mundo aberto do jogo e os coletáveis parecem ter vindo de um jogo da Ubisoft de 2010, e juntamente com a sua história, são as piores coisas do título.
Então porque está na lista?
O jogo é uma excelente wiki sobre a cultura japonesa, sobretudo sobre as criaturas folclóricas. O combate também me agradou bastante, baseado em jutsus espirituais em primeira pessoa, algo que nunca vi anteriormente. Além do ótimo uso do Dualsense, que traz uma imersão maior durante os inúmeros confrontos do jogo. E para um jogo cheio de luz e poderzinhos, ele sabe fazer um bom equilíbrio entre a ação frenética e momentos de terror.
7º Lugar — Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin (2022)
Admito que não prestei atenção na história do jogo, mas eu chutaria que o Stranger of Paradise são os CHAOS que encontramos no caminho.
Mas mecanicamente o jogo é uma delícia, afinal é um soulslike no universo de Final Fantasy. Foi uma das platinas mais divertidas de fazer, mesmo tendo que refazer várias vezes algumas fases só para grindar os jobs clássicos da franquia… gostoso demais.
6º Lugar — Metal Gear Rising: Revengeance (2013)
Metal Gear com parry? SIM!
Ninjas ciborgues ou robôs gigantes? SIM!
5º Lugar — Fortnite (2017)
Sempre gostei do gênero battle royale e já tinha jogado Fortnite anteriormente. Mas esse ano, com o lançamento do modo sem construção e suas parcerias com franquias como Naruto, Dragon Ball, Street Fighter… me atraiu e fez com que eu desse uma nova chance para o jogo.
Devo dizer que jogar com o Kakashi, com uma sniper da Akatsuki e usar o Shenlong de paraquedas, enquanto no seu squad tem o John Cena e o Neymar… é o metaverso em que eu quero morar.
4º Lugar — Vampire Survivors (2022)
Vampire Survivors é o jogo perfeito para ouvir podcast. Ele também é a prova que jogos simples (tanto mecanicamente e graficamente) as vezes são os mais divertidos e bem feitos. É um jogo que vale os seus R$ 12,99 por horas e mais horas de hordas de inimigos e sprites que lembram um pouco demais Castlevania.
3º Lugar — Marvel Snap (2022)
Assim como Vapire Survivors, é um jogo simples que veio do nada e me agradou bastante. Marvel Snap tomou o lugar de Hearthstone no quesito de card game digital que jogo diariamente, que sempre procuro me atualizar sobre o meta e ainda assim jogar mal.
Sua mecânica de truco e de rodadas limitadas, tornando cada partida super rápida (em menos de 5 minutos você termina) são os elementos centrais para se tornar um vício e tomar muito tempo do seu dia.
Por enquanto, a monetização para um jogo mobile e free to play não está abusiva como costuma ser esse tipo de produto. Vamos ver como o jogo se mantém nos próximos anos.
2º Lugar — Elden Ring (2022)
Sim, a FromSoftware conseguiu mais uma vez!
A empresa criadora do gênero soulslike conseguiu inovar a fórmula, dessa vez levando o combate super cadenciado para um vasto mundo aberto. De longe as melhores coisas de Elden Ring são o seu mundo e sua direção de arte, o jogo parece ser a realização de um sonho para qualquer fã de fantasia medieval.
Mas nem tudo são flores. O fato do jogo ter em torno de 100 horas (e eu ter platinado no PS5 e no PC) é um pouco maçante, ainda mais pela quantidade de chefes repetidos que encontramos nos diversos cenários. Esse é o principal fator para eu ainda achar o Dark Souls original o melhor jogo da From, por ter um conteúdo mais equilibrado.
Decepção do ano — God of War Ragnarok (2022)
“Não é você, sou eu!” — O que eu pensei antes de apagar o jogo do PS5
Primeiro de tudo, vale a pena dizer que se eu tivesse comprado e jogado The Calisto Protocol, seria ele nesse lugar da lista. Mas como eu ouvi falar tão mal do jogo, eu acabei perdendo a vontade de jogar.
Cerca de dois meses antes de lançar o Ragnarok, eu rejoguei o God of War de 2018. Fiz isso com intuito de relembrar a história e o jogo em si, já que a primeira e única vez que joguei foi no seu lançamento. E foi o que eu esperava mesmo, a história ainda continua muito boa e a gameplay é medíocre, nem bom nem ruim, mas suficiente.
Para o Ragnarok eu esperava o mesmo nível para a história e uma grande melhoria na parte do combate, mas ambos os pontos me decepcionaram bastante. O combate teve algumas melhorias e uma profundidade maior, mas ainda assim é bem desinteressante.
Devo dizer que a narrativa inicial do jogo é muito boa, toda a introdução me prendeu bastante. Mas logo adiante, quando o jogo estabelece o seu ritmo narrativo junto com a gameplay, me perdeu totalmente e acabei dropando.
Sinto que a minha relação com o jogo foi afetada por conta da famosa expectativa errada. Eu esperava uma narrativa mais intimista igual ao jogo anterior e recebi uma história grandiosa e épica.
Dito tudo isso, futuramente, pretendo dar uma chance novamente com a expectativa no lugar certo.
Menção Honrosa — Pokémon Scarlet/Violet (2022)
Esse ano foram lançados bons jogos para a franquia Pokémon, tanto o spin-off Legends Arceus, quanto as duas versões da série principal Scarlet/Violet. Ambos os jogos são uma evolução muito legal da fórmula clássica da franquia, adaptado para um jogo de mundo aberto de verdade.
Infelizmente os jogos ainda são feitos com o orçamento de um clipes de papel e duas balas Juquinha. Ambos são tecnicamente péssimos e muito mal otimizados para o Nintendo Switch. É bizarro você comparar o Breath of the Wild com esses dois jogos, e lembrar que são exclusivos para o mesmo console, tendo uma qualidade técnica tão discrepante.
1º Lugar (GOTY) — Signalis (2022)
Você sabia que, em 2023 (até o momento), vão ser lançados quatro remakes de Survival Horror?
Dead Space, Resident Evil 4, Alone in the Dark e Silent Hill 2. Quatro jogos clássicos do gênero serão revitalizados nos moldes de jogos atuais e com melhorias gráficas, e pessoalmente acho isso muito triste (e ainda sim quero jogar todos).
Aparentemente o gênero de Survival Horror é visto pelas empresas AAA, como jogos necessariamente retrô (ou até ultrapassados). Ao invés de criar novos jogos, ele preferem trazer os clássicos novamente, fazendo uma aposta fácil. Então as novidades do gênero são apresentadas pelos estúdios indies, como no caso do ano passado, em que o Tormented Souls se mostrou mais Resident Evil que Resident Evil VIII (também lançado em 2021).
Agora em 2022, mais um jogo indie carrega o gênero nas costas. Signalis foi uma grata surpresa, o jogo me empolgou desde que joguei uma demo lançada no Summer Games Fest deste ano. O jogo tem uma identidade visual muito única, misturando os clássicos polígonos da era do PS1 com um contraste forte de cores. Além de fazer referências aos clássicos Resident Evil e Silent Hill, ele também lembra o design de tecnologia de Metal Gear Solid original. Resumindo, tudo que eu gosto!
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